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O filme pernambucano de curta metragem Muro, de Tião, ganhou o prêmio Regard Neuf (Olhar Novo) da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Muro, com 18 minutos de duração, passou hoje à tarde na sessão de curtas metragens da Quinzena, sessão marcada, segundo as palavras do diretor artístico Olivier Pére, que apresentou os filmes, "pelo drama humano, pela comédia, por um exercício radical de linguagem e também sob o signo da animação, sinalizando grandes promessas para o futuro em cineastas que nos fazem querer ver logo seus longas". O prêmio Regard Neuf é o único da Quinzena dado a filmes estrangeiros, honraria que acaba de ser instituída. O prêmio foi entregue agora à noite, no encerramento da Quinzena 2008.
A "experiência radical" mencionada por Pére na sua apresentação provavelmente foi referência a Muro. Maud Ameline, da comissão de seleção da Quinzena, falou à reportagem do JC que Muro foi visto na última fase do processo de seleção e deixou todos impressionados.
Nas palavras de Tião, "acho que o filme é sobre o progresso, e como ele encontra-se distante de algumas pessoas", definição para um filme cuja sinopse lacônica nos informa "alma no vazio, deserto em expansão". Filmado em Vila da Conceição de Cima, distrito de Serra Talhada, sertão de Pernambuco, Muro não é exatamente fácil de descrever, pois sua mistura de experimentalismo e rigor não são comuns. Rodado em super16mm, o filme foi convertido para o formato 35mm CinemaScope tela larga.
Tião, cujo verdadeiro nome é Bruno Bezerra, tem 25 anos e trabalhou em Muro ao longo dos últimos três anos depois de ganhar o prêmio de roteiro do concurso Ary Severo-Firmo Neto, da Prefeitura do Recife e Governo do Estado. À época do prêmio, o roteiro chamava-se Muro das Lamentações, tendo sido alterado para Muro nos últimos meses. Quando o filme foi selecionado pela Quinzena, o curta não estava pronto, e todo o processo de finalização entre o Recife, Rio e São Paulo foi feito em cerca de 20 dias.
É a primeira experiência de Tião dirigindo um filme sozinho, depois de dividir a direção do curta Eisenstein com Raul Luna e Leonardo Lacca (diretor de outro curta premiado, Décimo Segundo). Com Lacca e Marcelo Lordello, Tião toca do coletivo Trincheira. Lacca, Lordello, o montador João Maria e a produtora assistente Isabelle Rufino representaram Muro em Cannes na sessão de ontem.
Para Tião, "Cannes é um festival estranho onde as pessoas lhe agradecem por ter feito um filme. A obra é celebrada e aqui o cineasta é tratado como um artigo raro que precisa ser preservado, o que deixa uma sensação esquisita de que o cinema estaria em fase de extinção".
O filme pernambucano de curta metragem Muro, de Tião, ganhou o prêmio Regard Neuf (Olhar Novo) da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Muro, com 18 minutos de duração, passou hoje à tarde na sessão de curtas metragens da Quinzena, sessão marcada, segundo as palavras do diretor artístico Olivier Pére, que apresentou os filmes, "pelo drama humano, pela comédia, por um exercício radical de linguagem e também sob o signo da animação, sinalizando grandes promessas para o futuro em cineastas que nos fazem querer ver logo seus longas". O prêmio Regard Neuf é o único da Quinzena dado a filmes estrangeiros, honraria que acaba de ser instituída. O prêmio foi entregue agora à noite, no encerramento da Quinzena 2008.
A "experiência radical" mencionada por Pére na sua apresentação provavelmente foi referência a Muro. Maud Ameline, da comissão de seleção da Quinzena, falou à reportagem do JC que Muro foi visto na última fase do processo de seleção e deixou todos impressionados.
Nas palavras de Tião, "acho que o filme é sobre o progresso, e como ele encontra-se distante de algumas pessoas", definição para um filme cuja sinopse lacônica nos informa "alma no vazio, deserto em expansão". Filmado em Vila da Conceição de Cima, distrito de Serra Talhada, sertão de Pernambuco, Muro não é exatamente fácil de descrever, pois sua mistura de experimentalismo e rigor não são comuns. Rodado em super16mm, o filme foi convertido para o formato 35mm CinemaScope tela larga.
Tião, cujo verdadeiro nome é Bruno Bezerra, tem 25 anos e trabalhou em Muro ao longo dos últimos três anos depois de ganhar o prêmio de roteiro do concurso Ary Severo-Firmo Neto, da Prefeitura do Recife e Governo do Estado. À época do prêmio, o roteiro chamava-se Muro das Lamentações, tendo sido alterado para Muro nos últimos meses. Quando o filme foi selecionado pela Quinzena, o curta não estava pronto, e todo o processo de finalização entre o Recife, Rio e São Paulo foi feito em cerca de 20 dias.
É a primeira experiência de Tião dirigindo um filme sozinho, depois de dividir a direção do curta Eisenstein com Raul Luna e Leonardo Lacca (diretor de outro curta premiado, Décimo Segundo). Com Lacca e Marcelo Lordello, Tião toca do coletivo Trincheira. Lacca, Lordello, o montador João Maria e a produtora assistente Isabelle Rufino representaram Muro em Cannes na sessão de ontem.
Para Tião, "Cannes é um festival estranho onde as pessoas lhe agradecem por ter feito um filme. A obra é celebrada e aqui o cineasta é tratado como um artigo raro que precisa ser preservado, o que deixa uma sensação esquisita de que o cinema estaria em fase de extinção".
2 comments:
Grande Tião, mandando ver, rapaz! Rumo a Hollywood! :D
Parabéns, rapaz!
Felipe Ramone
Kléber,
parabéns a vocês todos! Nicolas falou maravilhas da sua edição. Manda abraços pro Tião e pra todos!!
Cláudio e Marília
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