Sunday, May 23, 2010

Genre Movies



RUBBER TEASER 1 ! from oizo mr on Vimeo.


por Kleber Mendonça Filho
cinemascopio@gmail.com

Três citações ao cinema de gênero, exemplares curiosos nas mostras paralelas. Destaque para o “argentino noir” Carancho, de Pablo Trapero, “o filme do pneu assassino” Rubber, do francês Quentin Dupieux, e “o filme de terror uruguaio” La Casa Muda, de Gustavo Hernandez. Todos foram apresentados com essas aspas redutoras pela imprensa e são frutos de novas imagens captadas com as últimas câmeras digitais. O cinema moderno continua revendo gêneros clássicos sob novas configurações.

Em Carancho, Trapero (Leonera, que competiu dois anos atrás) nos dá uma versão atual do film noir, onde seus personagens são falhos e apaixonados. Ricardo Darin (de O Segredo dos Seus Olhos) e Martina Gusman (de Leonera, esposa do diretor) se conhecem no mundo dos acidentes de carro nas ruas de Buenos Aires. Ela é paramédica de ambulância, ele um advogado que aproveita-se das vitimas para montar esquemas de compensação junto às seguradoras.

É um thriller noturno filmado com a câmera Red de altíssima definição, deixando o filme com aspecto de vídeo algo de estéril. Há, no entanto, enorme energia de todos os envolvidos. Coloca Trapero no que talvez seja uma fase de transição ao fazer um filme mais comercial, mas ainda muito bem realizado (Carancho é um sucesso na Argentina, perdendo apenas para Iron Man 2, atualmente). O filme leva também a crer que os argentinos tem um super astro local inquestionável para o seu cinema, no rosto de Darin.

Rubber, candidato a filme cult-gréia 2010 passou na Semana da Critica e mostra as aventuras de um pneu velho, abandonado no deserto californiano. Ele ganha vida e livre arbítrio, saindo pela estrada a desintegrar quem encontra pela frente, de passarinhos a seres humanos. O mote do filme é ser “sem noção” (no reason), o que talvez explique o porquê de o bendito pneu não atropelar ninguém, mas matar por concentrada telepatia. É ver para crer, embora fique a sensação de que se fosse um curta, seria melhor.

E o que dizer do bem sucedido La Casa Muda, uma raridade por ter sido feito no Uruguai, com seis mil dólares de orçamento, e utilizando a mesma câmera fotográfica Cânon 5D usada em Rubber? É prova de que há enorme potencial para que realizadores filmem seus filmes de maneira simples e qualidade incrível. La Casa Muda foi projetado em alta definição na Quinzena dos Realizadores, e passou perfeito.

O filme é mais um micro-thriller explorando o mito da casa mal assombrada. Dividido em uma dezena de econômicos planos seqüência, Hernandez fez um filme eficaz, não exatamente revolucionário, que começou a vender bem no mercado apos sua passagem pela Quinzena, garantindo versão em película e distribuição em diversos paises.

Cannes


por Kleber Mendonça Filho
cinemascopio@gmail.com


O júri presidido pelo diretor americano Tim Burton fez um trabalho interessantíssimo de destacar com a Palma de Ouro um dos cineastas mais originais da última década, o tailandês Apichatpong Weerasethakul, que Cannes já vinha mapeando desde seu filme Tropical Malady (Mal dos Trópicos), prêmio do júri presidido por Quentin Tarantino em 2005. Essa Palma irá permitir que um público bem maior veja Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives (Tio Bunmee Que é Capaz de Lembrar de Suas Vidas Passadas), filme digno de toda a atenção, e que, esperamos, tenha distribuição nos cinemas do mundo.

A deixa para Uncle Boonmee chegar ao público é importante porque, até agora, os distribuidores brasileiros não compraram nenhum filme de Weerasethakul, provocando um fenômeno curioso.

Cinéfilos sérios mais jovens conhecem os filmes desse autor apenas via downloads na internet, um grupo menor tendo visto exibições especiais em mostras e festivais no país. A grande maioria não parece saber da sua existência. Para os novatos, há a piada já bastante velha a ser descoberta de que o apelido de é ‘Joe’.

Na coletiva de imprensa realizada imediatamente apos a cerimônia de entrega dos prêmios, ontem, no Palais des Festivals, Tim Burton admitiu que ele mesmo não conhecia o trabalho de Weerasethakul, mas definiu sua relação com o filme muito bem, algo compartilhado por muitos em Cannes.

“O mundo está cada vez menor com o cinema de Hollywood, onde os filmes se parecem com tantos outros, e vi nesse olhar algo que eu nunca tinha visto antes. O filme tem uma idéia maravilhosa de eternidade, pessoas que não têm forma e onde o tempo se expande”. Falou bem Burton, que tem um jeito relaxado e nem um pouco pretensioso no seu falar inconfundivelmente americano.

O Grand Prix, efetivamente o segundo lugar, foi para o muito bom filme francês Des Hommes et des Dieux (Dos Homens e de Deus), de Xavier Beauvois, relato seguro e honestamente tocante sobre um grupo de monges franceses vitimados por extremistas. O filme representa o cinema francês clássico e deverá ter boas pernas ao longo do ano de cinema que começa agora, pós Cannes.

Os outros prêmios também mantiveram o nível. Juliette Binoche, cujo rosto foi a própria marca do festival esse ano, nos cartazes e materiais gráficos, ganhou pela sua participação adorável em Copie Conforme, de Abbas Kiarostami, um bate bola conjugal de inegável delicadeza. Binoche não perdeu a oportunidade de protestar contra a prisão, no Irã, do outro cineasta iraniano, Jafar Panahi, segurando uma placa com o nome do realizador.

Javier Bardem dividiu seu prêmio de Melhor Ator (por Biutiful, de Alejandro Gonzalez Inarritu) com o italiano Elio Germano, do simpático drama doméstico-familiar La Nostra Vita, de Danielle Luchetti.

O prêmio duplo lembrou que a seleção esse ano estava forte em figuras paternas, presentes não apenas nos personagens de Bardem e Germano, mas também no prêmio do júri Un Homme Qui Crie, do cineasta Mahamat-Saleh Haroun, natural do Chad, cujo drama como nação ele filmou no seu filme delicado.

Se Bardem soprou beijinhos para sua “amiga, companheira, meu amor” Penélope Cruz, Germano não perdeu a oportunidade de detonar do alto do pódio internacional de mídia, que é o Festival de Cannes, a política italiana. “Nós artistas tentamos levantar a inteligência da Itália, não obstante o nível dos nossos dirigentes”.

Acertaram ainda com o Prêmio de Roteiro para o sul-coreano Lee Chang-Dong, que fez Poetry, um melodrama tão simples quanto culto sobre uma mulher que descobre, aos 65 anos, a poesia, o neto e os limites do corpo com a chegada da idade.

É preciso que seja dito que pelo menos dois filmes podem ter sido deixados de lado pela injustiça. Another Year, de Mike Leigh, é um dos filmes mais seguros de um autor já tão bem sucedido no seu projeto de cinema, na sua criação de um mundo. Pode ser a sina do autor estabelecido, acharem que ele traz mais do mesmo.

E o ucraniano My Joy, de Sergei Losnitza, que o júri de Burton não conseguiu enxergar o surgimento de um novo cineasta para a ficção, com olhar pessoal e doído sobre seu próprio país, a Rússia. Não é todo dia que uma estréia chega com tanta força.

CANNES 2010 em Frases


Alguma mesa numa das noites aqui no festival, com amigos coreanos.


“Meu posicionamento em relação à morte continua o mesmo, sou totalmente contra”

Woody Allen, na coletiva do seu novo filme You’ll Meet a Tall Dark Stranger

“Tenho sentido falta de esperança no cinema, os filmes devem ter mais esperança”

Alejandro Gonzalez Iñarritu, sobre seu filme Biutiful.

“Porquê é preciso ter esperança no final de um filme?”

Sergei Losnitza, diretor ucraniano de My Joy (Minha Alegria),
devolvendo pergunta de jornalista que cobrou total falta de esperança no seu filme.

“Não há nada pior do que um cineasta que trata a história com ignorância”

Nikita Mikhalkov, diretor de O Sol Enganador 2

“Cada um deve poder interpretar meu filme seguindo o que sente”

O tailandês Apichatpong Weerasethakul, diretor de Tio Boonmee
Que Conseguia Lembrar de Suas Vidas Passadas

“O céu é um lugar super estimado”

O espectro de uma mulher dá sua opinião sobre o
além morte, no mesmo filme de Weerasethakul

“Spider 3D. 8 Pernas. 3 Dimensões”.

Slogan publicitário de filme B em 3D. O formato tridimensional também
coqueluche do mercado de Cannes.

“Um filme não conseguirá mudar as coisas nunca no Iraque”

Ken Loach, cujo novo filme Route Irish, sobre prestadores de serviço britânicos à solta no Iraque, passou em competição

“O melhor amigo de um menino é a sua mãe”

O Norman Bates de Anthony Perkins, agora em som digital 5.1 na versão restaurada de Psicose (1960), de Hitchcock, exibido em sessão especial dos seus 50 anos.

“Queria que meu filme fosse alegre, que mostrasse uma alegria e um bom humor que são tão particulares na favela”.

Luciana Bezerra, uma das realizadoras de 5X Favela – Agora Por Eles Mesmos, exibido em sessão especial no festival.

“O senhor acredita que o Irã tem armas de destruição em massa?”

Repórter iraniano perguntando a um atônito Doug Liman, diretor do thriller Fair Game, que analisa as mentiras da casa Branca para atacar o Iraque. Liman passou para a próxima pergunta.

"Depois de problemas de tipo grego, nao vou poder estar no festival. Com Cannes, vou até a morte, mas nao darei mais um passo que seja pra frente."

O enigmático bilhete de Jean Luc Godard para a organização do festival, explicando sua ausência.

Prêmios Cannes


Binoche, melhor atriz no cartaz do festival e nos prêmios.

Palma de Ouro: (Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives) directed by Apichatpong WEERASETHAKUL
Grand Prix: DES HOMMES ET DES DIEUX (OF GODS AND MEN), de Xavier Deaubois
Ator: Javier Bardem, por Biutiful.
Atriz: Juliette Binoche
Roteiro: Poetry
Prêmio do Júri: Un Homme qui Crie
Curta: Micky Bader e Chienne D'Histoire.

Marcia Faria Fala Sobre 'Estação'

Cannes Video #4: Curta 'Estação' from Kleber Mendonça Filho on Vimeo.

Losnitza


por Kleber Mendonça Filho
cinemascopio@gmail.com


Um encontro com alguns jornalistas num dos espaços fechados da praia, em Cannes, aconteceu quinta-feira com o realizador ucraniano Sergei Losnitza, diretor de My Joy (Schastye Moye, ou Minha Alegria). Losnitza é um desses diretores que tem enorme propriedade sobre o que está falando, sobre o filme que fez e alguns dos seus procedimentos, embora o filme em si permaneça uma grande nébula. Seu retrato impressionante enquanto cinema e visão humana e política da Rússia hoje ainda repercute.

Havia curiosidade sobre esse documentarista que estréia agora direto na competição de Cannes. “Documentário não é realidade”, diz Losnitza. “As sombras de uma árvore ou de um prédio na rua são as mesmas num filme de documentário, ou num filme de ficção. De qualquer forma, minha experiência no que se convenciona chamar de ‘documentário’ está no filme, mas isso me interessa apenas no sentido técnico, para responder a essa pergunta”.

Matemático de formação e tradutor de japonês, Losnitza mora hoje na Alemanha, “onde, se compararmos com a Rússia, há um abismo enorme em termos de uma sociedade que vê dignidade no cidadão. A Rússia está atrás”. Ele estudou em São Petersburgo, de onde saiu um outro grande filme dele, todo montado a partir de imagens de arquivo do serviço de propaganda soviético, guardado na cidade. O filme chama-se Blockade (2005).

Losnitza falou extensamente sobre a muito comentada estrutura do filme, vista como complexa. “De jeito nenhum, esse filme não poderia ser mais simples. Se você o fatiar e separar as histórias que eu conto, cada uma delas funcionaria perfeitamente no You Tube. Na verdade, como nas fábulas, há até avisos dados ao nosso personagem, instruções que ele ignora. É tudo muito simples”.

Ele contabilizou a importância de falar do passado no seu filme, com dois episódios que se passam no que os russos chamam de ‘A Grande Guerra Patriotica’, e que o mundo conhece como ‘2a. Guerra Mundial’. “Essas idas ao passado estabelecem o desejo de não sermos humilhados e a dificuldade de se aceitar um ponto de vista pessoal independente, e é claro que isso é um problema numa sociedade totalitária”.

Eu perguntei sobre uma sinfonia de rostos humanos que compõe um dos mais belos momentos do filme, e o diretor falou por 12 minutos sem pestanejar. Esse momento de bravura do filme destaca também a parceria de Losnitza com o fotografo moldavo Oleg Mutu, que Losniza convidou para filmar depois de ver seu trabalho nos filmes romenos A Morte do Senhor Lazarescu e 4 Meses 3 Semanas 2 Dias.

“Oleg é excelente, ele trabalhou com uma trepeça de 40 quilos que segurava a câmera, ao mesmo tempo em que a deixava ligeiramente instável, como alguém que tenta manter firme equilíbrio. Foi uma parceria feliz”.

Nessa sequência dos rostos, é a única instância onde a câmera abandona o filme e ganha vida própria, uma forma de constatar que não há saída, talvez uma confirmação de que os elementos do conto de fadas estão sendo colocados em ação”.

“Nós levamos três meses para achar aqueles rostos, que eu escolhi cuidadosamente para passar um sentimento muito forte de tempo perdido e nenhuma esperança, qualquer que ela seja. E, às vezes, acho que só mesmo no interior profundo da Mãe Rússia que esses rostos existem.”

Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives (competição)


por Kleber Mendonça Filho
cinemascopio@gmail.com


Eu mal havia saído da última imagem de Hitchcock (o carro sendo puxado do pântano), e lá estava já na sala a 150 metros de distância vendo a abertura do novo filme de Apichatpong Weerasethakul, onde um búfalo é visto ruminando sobre terreno pantanoso. O titulo maravilhoso é Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives (Tio Boome que Consegue Lembrar das Suas Vidas Passadas).

Três filmes esse ano em Cannes me chamaram a atenção por irem além da narrativa pura e simples, atingindo um estado de suspensão no espectador normalmente descrito como ‘transe’. Primeiro veio O Estranho Caso de Angélica, depois o ucraniano My Joy (Minha Alegria), de Sergei Losnitza, e por último esse do Joe. O Grande Prêmio do júri ou a Palma de Ouro para qualquer um dos dois últimos (em competição) estaria de bom tamanho, e de forma intercambiável.

Esses três superam as outras demonstrações de cinema onde autores estabelecidos como Mike Leigh e Abbas Kiarostami "apenas" nos dão filmes fortes, prazerosos de se ver, e que poderiam levar qualquer um dos prêmios disponíveis.

Nos casos de Oliveira, Losnitza e Joe, são filmes que parecem se bastar pelo que são, frutos mais de intuições autorais do que técnicas projetadas. Em ambos, é impossível dissocia-los de suas respectivas culturas, ficando a suspeita de que não seriam realizados em nenhuma outra parte do mundo que não Portugal, a Rússia e a Ásia budista, respectivamente.

Para mim, os três me inspiram sensação rara no sentido de eu não ter grandes interesses em escrever sobre eles, ou mesmo discuti-los. Parecem se bastar na sala de projeção, e senti isso ao final de Uncle Boonmee, ainda com a tentadora opção de tentar correr atrás de uma entrevista com Joe. No entanto, pensei que não teria muito o que falar, e duvido se ele teria muita coisa a dizer. Alguns filmes se bastam ali mesmo.

Ironicamente, algumas linhas sobre o filme.

Apichatpong Weerasethakul volta para uma idéia palpável de natureza e floresta, sublinhada por fantástico trabalho de som. Há a filosofia informada desde o início que estamos em todas as coisas vivas da floresta, e o tom impresso por esse autor consegue superar qualquer sensação vulgar associada à idéia de ecologia com sua construção de imagens totalmente alienígena. Se em Avatar, cada imagem é uma questão laboriosamente colocada, num filme como Uncle Boomee o espaço verde simplesmente é, assim como as forças míticas em ação.

Na verdade, volta a sensação de que os responsávels pela imagem registrada são visitantes de outro planeta. As inserções de elementos fantásticos precisam ser vistas para serem totalmente sentidas, e a relação do filme com a morte é de uma beleza também fascinante.

A pequena trama serve de terreno para um panorama que deixa o espectador ateu imerso numa série de estranhezas que cheiram a uma verdade consumada desconhecida, ao mesmo tempo em que há espaço para dúvidas e algum humor que reflete em você mesmo. O filme ainda é engraçado, mas de uma forma totalmente cúmplice, um feito e tanto dada a quantidade de situações inusitadas.

Morrendo em casa, um homem mais velho está cercado dos seus parentes mais queridos. Numa ceia de jantar, eles recebem a visita do espectro de sua esposa falecida e também a visita do filho dele, há anos desaparecido. O filho aparece em forma que não parece humana.

Com aparato de hemodiálise em mãos, a família segue numa peregrinação pela floresta, onde vultos indescritíveis os protegem e garantem a chegada numa caverna que teria sido o local de nascimento do Tio Boome numa outra encarnação. Não deve existir nos registros ritual de passagem tão bonito e enigmático como esse no cinema, poderosíssimo na construção de suas imagens místicas que, em nenhum momento, são uma questão, uma dúvida. Apenas são, e deixam o espectador boquiaberto.

Como cinema, é uma experiência que sugere sair de si mesmo, deixando no ar o sentimento de que o mundo, de fato, é um espaço em constante busca de equilíbrio espiritual, quase nunca tendo a calma e a paz para encontrá-lo. O filme sai de si, e o espectador pega uma rara carona nesse transe reproduzido.

Filme visto na Sala Bazin, Cannes, Maio 2010

Psicose (Cannes Classics)


Lançado em 1960 e ainda moderno em cada uma das suas cenas, Psicose (Psycho), de Hitchcock, passou em cópia digital restaurada, mais um evento de cinefilia sem igual no Festival esse ano, depois da sessão de O Leopardo, semana passada, de Luchino Visconti. Ver o filme na tela grande impressiona não apenas como experiência audiovisual incomum, mas, especialmente, ao vermos como Psicose estava à frente do seu tempo, e, hoje, totalmente integrado ao cinema moderno.

Puristas poderão questionar (eu um deles), mas remixaram a trilha sonora de Bernard Hermann, uma das mais lembradas de toda a história do cinema, para som 5.1 Surround. As cordas violentas de Hermann agora fazem o peito vibrar, com baixas freqüências profundas que deixam as imagens ainda mais cortantes. Esperamos que, em alguns anos, não convertam o filme para 3D. K.M.F