Thursday, April 1, 2010

Deixando a Crítica Para Fazer Filme

Aos Leitores...

Depois de 12 anos e seis meses, estou deixando de escrever para o Jornal do Commercio do Recife. Foi uma parceria excelente, que rendeu belos frutos e onde eu sempre tive total liberdade de externar minha visão de cinema e de mundo num trabalho (em termos de configuração, perfil e produção) inédito no Recife, incomum no Brasil. Foi uma decisão difícil, mas que se faz necessária.

O motivo de eu deixar a crítica cinematográfica é o meu longa metragem O Som ao Redor, que está em pré-produção. Logo será filmado e ainda esse ano estará em pós-produção. Equilibrar um trabalho desse porte com as obrigações semanais de um crítico, vendo filmes e escrevendo, simplesmente não é possível.

Os dois últimos textos escritos no atual contrato com o JC foram para Chico Xavier e A Single Man, publicados hoje, quinta-feira de Páscoa, dia 1o de abril. Eventuais interpretações de que isso é uma piada não procedem.

Há a real possibilidade de eu voltar em maio para mais duas semanas de trabalho no que deverá ser a minha 13a cobertura consecutiva do Festival de Cannes 2010, mostrando o tipo de relação próxima que tenho com o Jornal do Commercio.

Nesse sentido, preciso agradecer ao JC pelos anos de colaboração, especialmente ao meu editor Marcelo Pereira, do Caderno C, Ivanildo Sampaio, redator chefe, e meus colegas de editoria Flávia de Gusmão, Fabiana Moraes, Diana Moura, Marcos Toledo, Schneider Carpeggiani e Carol Almeida. E no último ano, a parceria também de Felipe Fernandes e Luis Fernando Moura, estagiários profissionais.

De qualquer forma, a partir de agora, a prioridade de trabalho e tempo é o longa metragem. Eventuais posts aqui no blog virão, mas sem o compromisso semanal de escrever tanto. E sobre tanta coisa.

Obrigado, Kleber
cinemascopio@gmail.com

24 comments:

Raquel do Monte said...

Kleber, boa sorte. Sentirei falta do seu olhar e do seus textos nas páginas do Caderno C. Parte da minha sensibilidade cinematográfica deve-se a leitura das suas críticas. Abs

CinemaScópio said...

:) e :(

Fábio Henrique Carmo said...

Kléber, boa sorte nessa nova fase profissional. Há vários anos acompanho suas críticas, pimeiro no site do Cinemascópio e depois aqui no blog. Sempre gostei muito de sua visão e, mesmo não concordando sempre, seus textos são sempre interessantes.Espero gostar de seus filmes tanto quanto gosto de seus escritos.

Abraços de um natalenese que também ama o cinema.

Unknown said...

porra véi, é foda.

Bruno Soares said...

É foda sim, mesmo sabendo que projetos brilhantes vão poder ser concretizados com esse novo rumo, já dá pra perceber que vai ficar um certo vazio.

Mas sim, nós seremos os primeiros da fila na estréia - e esperamos que a fila seja longa.

Luiz Geraldo said...

Egoísticamente falando:
E agora??!!! Quem me fala sobre cinema?
Boa sorte! E que seu longa seja tão bom quanto os curtas. Ou quanto às suas críticas.

Ricardo Lessa said...

E agora, quem falará sobre os clássicos transportados para 70mm?

João Daniel Oliveira said...

Realmente uma pena, mas desejo sorte total na realização do filme.

Psiou:ótima camiseta.

Unknown said...

Kleber, acho sua decisão acertada; cuide super bem do seu longa, com a mesma qualidade e IMENSA habilidade das suas críticas.

De agora em diante, cada vez q vc voltar a escrever, será felicidade dobrada para nós. Forte abraço e tudo de melhor para O Som ao Redor!!!

Luiz Joaquim said...

Sorte, vida longa e mais sucesso ao nosso Pelé da crítica recifense.

Marcelo Miranda said...

Vá firme, Kleber, e aproveite pra mergulhar fundo. Mas creio que nos veremos antes da aposentadoria efetiva, não? :-)

Abraços mineiros.

Unknown said...

Boa sorte na sua estréia de diretor de longa. Tenho certeza que voce não deixará esse espaço em branco, mesmo com o tempo apertado!

Albrecht Mariz said...

Boa sorte com o longa! Esperamos ansiosos para ver o resultado.
Abraços

Marcus Pessoa said...

Parabéns e sucesso!

a autora. said...

o caderno c vai sentir sua falta, vc sabe. beijo.

CinemaScópio said...

:(

Eduardo Abreu said...

Kleber, acompanho seus textos há uns 10 anos ou quase isso. Primeiro através do site do CinemaScópio, depois através do blog. Admiro bastante seu trabalho e sua visão crítica de cinema. Vai ficar uma lacuna, mas tenho certeza que sua satisfação como realizador não será pequena. Pergunta que não quer calar: onde vai para o acervo de críticas do antigo site CinemaScópio?! Isso precisa ser disponibilizado em algum lugar!

CinemaScópio said...

Por mais que pareça lenda urbana, o novo site vai sair em breve, com tudo disponibilizado e mais coisas novas. Obrigado!

Cecília Gabrielan said...

Notícia triste e feliz!
Sempre passo por aqui pra ler seus textos e aprendo muito com suas críticas.
Muito sucesso nesse novo projeto!

Antonio said...

Em 2007 encontrei com vc no Cinema Palácio, no Rio, e contei-lhe que estava sentindo muita falta de suas críticas, já que no Rio não lemos críticas de filmes e, sim, sinopses capengas.
Creio que com a mesma sensibilidade, coragem e competência, ficaremos satisfeitos sentados na poltrona do cinema.
Sucesso sempre.
Antonio Gonçalves

Rafael Carvalho said...

Não sei se fico feliz ou lamento porque as oportunidades de ler ótimas análises fílmicas serão escassas. Mas desejo sorte nesse novo projeto de vida. Sucesso!!

CinemaScópio said...

Pra vcs verem, saio da aposentadoria em maio para cobrir Cannes pela 13a vez... Good.

O Realívoro said...

Kleber, rapaz, li durante muito tempo tuas críticas no jc e só por elas já te respeitava. Agora, finalmente consegui ver um filme teu (o Recife Frio)... E aquela história antiga de que a crítica é a incapacidade produtiva do crítico vez ou outra cai por terra. Ontem foi dia. Dia de filme bom, inteligente e divertido. Sem defender ou negar regionalismo, é um trabalho para o homem pensar sua relação com o ambiente, a urbanização, as relações sociais, a relação homem e espaço. Um filme raro. Agrada e é bom. Obrigado pela realização dele! Parabéns!

RENATO SILVEIRA said...

Kleber, sei que estou escrevendo com muito atraso, mas acho que nunca é tarde para desejar boa sorte com este novo trabalho que acredito ser movido por um sentimento puro e sincero na relação que você tem com a nossa tão querida sétima arte. Sucesso! E aguardaremos ansiosos sua volta à crítica, que nesse período de ausência certamente ficará mais vazia.

[]s.