Sunday, March 8, 2009

"Com Licença, 'Tá Faltando Vermelho..."


Durante mais de 100 anos, cinéfilos se levantaram da cadeira para ir reclamar os mesmos problemas clássicos de projeção. Continuaremos nos levantando, mesmo que para reclamar de um outro conjunto de falhas, algumas inéditas.

Passamos atualmente por uma fase revolucionária repleta de ceticismo, onde a indústria se reequipa, aos poucos abandonando o 35mm e adotando novas, teimosas e novatas tecnologias digitais de imagem e som. O 3D é o atual queridinho, fonte de riquezas para exibidores que nele investem, diferencial de exploração comercial de um novo mundo de filmes projetados para uma nova geração que reage com interesse.

No Recife, a sala 3D do Box já mostra uma nova geração não apenas de imagem e som, mas também de problemas técnicos que antes não tínhamos. A imagem não está fora de foco ou desenquadrada, problemas tradicionais, mas é o vermelho que desapareceu da tela.

Algum desajuste numérico está privando o público já há seis meses (desde a abertura da sala com U2-3D) da cor escarlate. Obviamente, isso gerou uma cena surreal protagonizada por mim, que, ao final da sessão de Coraline, fui avisar a um lanterninha (e tentando não rir) que "vocês estão sem vermelho na sala 3D".

Me pergunto como ficará na tela, essa semana, e caso o problema persista, o My Bloody Valentine, slasher filme com (imagino), sangue. K.M.F

5 comments:

Anonymous said...

Pois é. Não sei se a perda dos vermelhos e de um pouco da luz (já que os óculos também agem como "óculos escuros") é compensada por essa nova percepção de profundidade.

Será que isso é um problema apenas do Box ou tecnologia ainda não chegou lá?

CinemaScópio said...

Gustavo, acho que é apenas um defeito (o vermelho).

André said...

Aconteceu coisa similar quando fui conhecer a sala 3D do Cinemark em Curitiba. Por algum (des)ajuste, algumas imagens de Bolt 3D ficavam fora de foco. O problema era evidente nos créditos finais: os nomes da equipe técnica estavam ilegíveis. Fiz questão de chamar a gerente, que fez-se de desentendida e disse que "era coisa da tecnologia 3D". Sim, Disney deixou o nome de toda equipe técnica fora de foco porque não consegue criar créditos na terceira dimensão! Ofensivo!

Logo depois a sala foi fechada "por motivos técnicos".

Essa semana voltei na mesma sala ver o Coraline. Dessa vez tudo estava em foco, o que prova que a projeção de Bolt estava desregulada!

CinemaScópio said...

Uma das coisas mais difíceis de lidar é ver a quantidade de gente despreparada trabalhando em salas de cinema. Operadores que não sabem o que é uma lente, gerentes que poderiam estar trabalhando num armazém de construção. Multiplexes são de fato a morte da experiê3ncia cinematográfica, e resta o espectador pegar no pé pesado para ver se eles engatam.

Reclamem.

Saulo Benigno said...

Muito chato esse defeito mesmo.
O pior agora é saber se está funcionando ou não.

Só pagando para ver. Mesmo.