Sunday, February 8, 2009

Chabrol Ontem



Claude Chabrol, 78 anos, apresentou seu novo pequeno deleite francês, comparável a um prato novo de um chef que você admira. Bellamy , com Gerard Depardieu, é, junto com Ricky, do outro francês (Ozon), o filme que mais gostei até aqui. Está passando fora de competição, onde o próprio Chabrol acha que alguém como ele deveria passar.

Depardieu é um investigador de polícia francês nos detalhes mais peculiares, seja na realidade ou numa idéia de cinema feito na França. A relação dele com a esposa (Mari Bunel) é a melhor possível, com uma mão boba inusitada e divertida (me lembrou o investigador e esposa de Frenesi, de Hitchcok, aqueles totalmente britânicos), espécie de bon vivant do vinho e da comida ("eu como tudo, um dos meus charmes").

Está tranquilamente às voltas com um assassinato estabelecido lindamente no plano sequência de abertura, e cuja imagem final abre espaço para uma nervosa gargalhada mórbida.

O filme segue um ritmo dos mais peculiares, risos ecoam discreta e constantemente na sala, e aos poucos, a história rocambolesca de troca de identidades vai abrindo espaço para uma outra, apresentada inicialmente como pequenos momentos de humor entre Bellamy e seu irmão mais jovem, história de rixas antigas que chegam ao filme como um segredo.

Nada mal Bellamy, vindo de um diretor colega de idade de Eastwood, o filme exibido dois dias antes do novo Oliveira.

Perguntado na coletiva, "quem o senhor acha que poderá dar continuidade ao seu cinema, sendo ele tão influente?", ele respondeu, "espero que eu mesmo dê continuidade ao meu cinema!". Oui, bien sûr!

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