Friday, May 22, 2009

Sessão Oficial de 'À Deriva', em Cannes


50 Segs. dos 4 Minutos de Palmas Para 'À Deriva' Heitor Dhália e elenco (Vincent Cassel sem cabelo), Sala Debussy, Un Certain Regard, Cannes, 21 de Maio 2009

por Kleber Mendonça Filho
cinemascopio@gmail.com


À Deriva, terceiro filme de Heitor Dhália, teve sua estréia mundial em sessão de gala quinta-feira, na sala Debussy, às 22h30. O filme integra a seleção da mostra Un Certain Regard. Foram quatro minutos de aplausos ao final. Antes do filme, Dhália subiu ao palco com os atores Vincent Cassel, Débora Bloch, Cauã Reymond e Laura Neiva, que estréia no cinema como personagem central de um filme sobre o processo de amadurecimento de uma garota de 14 anos, interpretada por ela mesma.

Cassel falou em português afirmando que agora é brasileiro e que em breve irá mudar-se para o país, que disse amar, “porque as coisas são bem melhores lá”. O filme foi apresentado pelo diretor do Festival de Cannes, Thierry Fremaux, que o descreveu como “uma obra extremamente pessoal”. Uma grande quantidade de brasileiros veio prestigiar À Deriva.

Dhália, pernambucano radicado em São Paulo, onde firmou-se profissionalmente nos anos 90, chega a Cannes com seu terceiro filme. Seus dois primeiros foram Nina (2004), uma adaptação de Crime e Castigo, de Fiodor Dostoievsky, e O Cheiro do Ralo (2006), esse último um sucesso notável que correu por fora dos grandes lançamentos de cinema brasileiro e vendeu mais de 170 mil ingressos no país.

À Deriva tem o selo O2, a produtora de Fernando Meirelles que chegou a Cannes impondo respeito em 2002 com a projeção fora de competição de Cidade de Deus. Meirelles abriu também o festival ano passado com Ensaio Sobre a Cegueira. Na edição de ontem da revista Le Film Français, o apadrinhamento do filme por Meirelles em Cannes foi comentado numa matéria sobre a estréia de À Deriva.

O filme foi produzido com orçamento de dois milhões de dólares como parte de um contrato de co-produção entre a O2 e a Focus Features, subsidiária da Universal Pictures, também em Cannes com o novo filme de Pedro Almodóvar, Los Abrazos Rotos.

Antes mesmo de mostrar o filme no festival, Dhália foi notícia esta semana nas revistas de mercado publicadas em Cannes por estar à frente de uma nova empreitada no quesito produção. Estará no escritório brasileiro da produtora e distribuidora Celluloid Dreams, baseada em Paris e fundada pela iraniana Hengameh Panahi. Dhália irá escolher projetos no Brasil em parceria com Pahani, que deverá procurar novos talentos brasileiros para co-produções com o mercado externo. Os dois primeiros projetos serão do próprio Dhália, intitulados Serra Pelada e Uma Mulher, Uma Arma, Road Movie.

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