Quentin Tarantino parece estar numa fase de transição na sua carreira, cada vez mais embarcando num cinema de autor com orientação francesa, diria até 'pour Cannes'. Não sei bem o que a Universal fará com Inglourios Basterds comercialmente falando. 1a reação é a de o seu filme menos empolgante, de longe, com uma queda na capacidade de manter ritmo e um orgulho excessivo dos diálogos.
Acompanho a carreira dele sempre com interessere e grande entusiasmo, e Inglourious Basterds é, claramente, uma decepção.
Salvo um ou dois floreios típicos do brilhantismo de Tarantino para a palavra (a tensa abertura parece trazer de volta a mágica do embate Christopher Walken/Dennis Hopper no seu roteiro de True Romance), não há nada de realmente novo no uso do filme de guerra, dos nazista e aliados, seus papéis e mesmo violência.
Há uma tentativa de vender o filme como "de guerra" e "ação", sobre os titulares que saem matando alemães, mas Inglourious Bastards não é sobre isso.
Provável fator de apego para alguns será a cinefilia latente do filme, sempre benvinda, mas nada de realmente inspirado e vindo do coração, ou ainda que nunca tenhamos visto antes.
Wednesday, May 20, 2009
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8 comments:
O meu maior temor sobre o novo do Tarantino era justamente o seu último parágrafo, Kleber.
Texto completo sendo escrito.
Putz... Que decepção saber que o novo de Tarantino é decepcionante...
Só uma sugestão...
Kleber, pq vc não faz um Twitter e atualiza com textos breves - de até 140 caracteres - pelo celular, mesmo, como anda por aí em Cannes? Acabou de sair de alguma sessão, você manda um twitt para falar sobre a sua primeira impressão sobre o filme, ou algo do tipo.
www.twitter.com
Apesar de nunca comentar aqui no blog, sou um leitor assíduo.
Abraços!
Calma que texto completo ainda vem aí.
Twitter, n sei.
Kleber, a ideia do Twitter é boa, e você tem a conta lá. Fora que, quando começar a usar esse troço bem usado (como você sabe fazer com os recursos que dispõe), não vai parar mais. Abraço e bom corre-corre aí!
Mais um apoiador do Twitter aqui. Para compartilhar as primeiras impressões - inclusive pelo celular, se o seu navegar na web - é muito bom.
Tarantino nunca foi brilhante, ele copia Takeshi Kitano, que copia outros cineastas japoneses. Um sujeito é uma fraude. Eu concordo plenamente com Walter Salles, que analisando o cinema de Tarantino, afirmou que é muito mais fácil ser cínico do sincero. Tudo parece ser uma questão de falta de referências culturais mais sólidas.
Er... há sempre a possibilidade de Taratino ser muito sincero.
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