Tuesday, January 19, 2010
Alvins e os Esquilos 2
por Kleber Mendonça Filho
cinemascopio@gmail.com
Para quem acostumou-se com o nível artístico e criativo de proporções irreais dos filmes da Pixar (Toy Story, Os Incríveis, Up), é bom ser lembrado, vez ou outra, que filmes feitos para o mercado infantil são, na realidade do batente, bem mais modestos. Esse Alvin e os Esquilos 2 (Alvin and the Chipmunks: The Squeakquel, EUA, 2009) é aquela coisa gasguita, com criaturas assustadas que riem, berrando sem parar. Pode servir de depósito para crianças durante pouco mais de uma hora, no shopping, mas, ao mesmo tempo, vem a pergunta: porque alguém faria isso com as crianças? Não é melhor deixá-las trancadas no carro, no estacionamento?
Esta é a segunda parte das aventuras de um trio de esquilos que cantam. Falantes, afinados e dotados de voz esganiçada (como uma fita de gravador em rotação rápida) que requer paciência depois de cinco minutos, a existência deles no mundo real dos humanos nunca é questionada, o que não deixa de ser engraçado.
O filme, que parece ter sido cuspido por alguma máquina de fazer produtos infantis, é assinado por alguém que se chama Betty Thomas. Esse produto parece almejar o mercado infantil e pré-adolescente com uma série de signos chamativos para essa demografia no mundo de hoje, vide os bonecos de carne e osso Hannah Montana e Jonas Brothers.
Talvez hoje os grandes heróis americanos estejam sempre sempre tentando lidar com a fama, com o desejo de ser famoso, e essas criaturas irritantes engordamo caldo.
Alvin e os esquilos são um trio de música pop (celebridade) que começam a ir à escola (ambiente social) e são obrigados a enfrentar hostilidades (bullying, de leve) e a concorrência de um outro trio. Esse trio é formado por esquilinhas (primeiras paqueras), na verdade cheer leaders disfarçadas de roedoras. São compostas como ilustrações de cadernos de meninas do primário. Elas se chamam As Esquiletes.
Como quase tudo relacionado à cultura americana do competir e do vencer, teremos uma disputa musical no final. Me resta bater ponto e afirmar o pior: passa tempo para os pequenos. Isso é ruim, pois para as crianças nada menos do que o melhor é sempre o ideal.
Filme visto no UCI Ribeiro, Recife, Dezembro 2009.
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